Polêmica: Educação para a diversidade e gênero nas escolas é taxada de “aberração” durante discussões acaloradas na casa Plínio Amorim

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Os vereadores da casa Plínio Amorim na sessão dessa terça-feira (22) discutiram, votaram e aprovaram o projeto que institui o Plano Municipal de Educação de Petrolina, com Emenda Aditiva que proíbe o termo Ideologia de Gênero ou qualquer termo que indique orientação sexual.

O projeto de lei nº 015/2015 do Poder Executivo que estabelece o Plano Municipal de Educação de Petrolina – PME, para viger de 2015 a 2025 gerou polêmica e discussão que durou cerca de quatro horas e meia e girou em torno dos termos diversidade e orientação sexual inclusos no texto que especifica inclusive no item Meta 7.23 que Reestrutura o currículo para educação, garantindo a integração entre a educação infantil nos anos iniciais e finais do ensino fundamental para educação da diversidade.

Foram suprimidos através de emendas os seguintes termos: Diversidade, orientação sexual, educação para a diversidade e educação para sexualidade.

Nos corredores da Câmara, ouve aglomeração de movimentos religiosos que pediam a retirada dos parágrafos que tratavam de ideologia de gêneros, e também de grupos que eram a favor do tema.

Magda Oliveira Feitosa evangélica e professora, disse que muitos entenderam o plano de forma errada e alegou que a religião estava sendo colocada em questão, o que ela discorda, e julgou desrespeitosa a atitude de alguns vereadores que votaram contra. Ela defendeu que o tema orientação sexual seja trabalho junto aos professores.

plano2“Nós queremos é que seja discutido na formação continuada do professor, onde seja trabalhado o tema orientação sexual, porque nós queremos que os nossos professores estejam preparados para lhe dar com situações contra o Bulling e o preconceito, pregando o respeito e o que observamos aqui foi intolerância religiosa por parte de outras denominações de crenças e colocaram a religião como argumento, muitas vezes por conta da desestruturação das famílias, as crianças não têm orientação sexual e elas procuram as igrejas, os pastores, os padres e os professores e na hora o aluno vai perguntar e querer saber o que fazer quando ele estiver interessado por uma pessoa do mesmo sexo”, frisou.

plano6Alguns representantes evangélicos e vereadores em sua minoria concordaram com os itens do plano municipal por que alegam que os professores precisam ser capacitados para a discussão de gênero na sala de aula. Outros como o evangélico Manuel Sidney Paixão dos Santos discordaram da orientação sexual para crianças a partir dos três anos de idade na sala de aula.

“Esse plano é maléfico. Como eu posso concordar que meu filho de três anos aprenda sobre o que é diversidade e sexo? Isso é uma aberração, eu sou contra. Sou a favor dos princípios religiosos e sigo até hoje o exemplo dos meus pais”, disse.

O Bispo Dom Manoel de Farias, Diocese de Petrolina, quando foi questionado sobre as discussões do gênero disse que o item do plano tenta “golpear” o projeto que segundo ele é natural, “o plano de Deus”.plano3

“A pessoa humana tem o direito de escolher a sua opção sexual e isso nós respeitamos, agora só quem entende sabe que o plano de Deus é que a mulher e o homem formam a família. Eu defendo o projeto de Deus que passa pelo homem e a mulher, a igreja tem as suas normas, projeto nenhum pode ferir a vontade de Deus”, revelou.

A posição do sacerdote também revela que o aluno deverá ser capacitado pelo professor caso ocorra alguma duvida referente à sua orientação sexual e que a base educacional possa corresponder as suas necessidades e define que a responsabilidade de instruir o filho continua sendo dos pais e que isso não dever ser atribuído somente ao profissional em educação.

plano7A discussão foi ainda mais acalorada quando apenas as vereadoras que votaram a favor Cristina Costa e Maria Elena, essa que defendeu a não retirada do item que trata sobre a educação de gênero, foi vaiada e até viraram as costas para a mesma devido ao seu posicionamento.

“Eu lamento essa postura de alguns cristãos que deveriam respeitar a diversidade que não é só de gênero. Nós só queremos a inclusão do debate de gênero na educação, é preciso que o ser humano aprenda a conviver com as diferenças”, disse Maria Elena.

plano5Apesar das discussões o secretário de educação Heitor Leite avaliou como positivo o debate, mas que outras questões do plano também deveriam ter sido prioridade.

“Existe outras metas para discutir, o plano não se resume a ideologia de gêneros, o plano é toda riqueza que nossa cidade tem em torno da educação”, ressaltou o secretário.

De acordo com o projeto, fica proibido no âmbito das unidades da rede municipal, a elaboração, produção, distribuição e utilização de materiais de referencias de cunho sexual, afetivo ou de gênero.

O Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado no ano passado (Lei 13.005, de 25 de junho de 2014), prevê metas da educação básica até a pós-graduação para serem atingidas nos próximos dez anos. A lei estipula que os estados e os municípios elaborem os próprios planos para que as metas sejam monitoradas e cumpridas localmente. Foi determinado o prazo de até 24 de junho (Quarta-feira) para que os planos sejam aprovados. Dentro deste plano, o PNE previa, originalmente, acrescentar nas escolas o ensino da ideologia de gênero, o que não ocorreu em Petrolina.

6 Comentários

  1. Carlos - Func. Público e Professor

    23 de junho de 2015 em 18:02

    Admira-me pessoas teoricamente formadas tão confusas em relação ao tema de Ideologia de Gênero, que, na prática:

    1- NADA TEM A VER COM EDUCAÇÃO, ao contrário do que alguns defendem equivocadamente;
    2- Nada tem a ver com o combate ao preconceito, como alegam os de má fé intelectual, acreditando que tal argumento consignará apoio à proposta;
    3- A Ideologia de Gênero é um tema de DESCONSTRUÇÃO SOCIAL E FAMILIAR, de origem marxista, especificamente na Escola de Frankfurt, e de sua ideóloga, Judith Butler;
    4- A Ideologia de Gênero prevê, entre outros absurdos psicopáticos que, ao nascer, as crianças não sejam “classificadas” nem de homem, nem de mulher, e que ela deve ser submetida a um “educador social” – doutrinado, obviamente – para DEPOIS ELA MESMO ESCOLHER A QUE GÊNERO ELA QUER PERTENCER, inclusive prevê a extinção de datas como “Dias dos Pais” ou “Dias das Mães”, por achar sexista tais termos, devido o fato que os sexos agora são superáveis, substituídos por gênero, no caso, mais doentio ideologicamente impossível;
    5- Que os supostos educadores se informem, que as famílias estudem esse tema, rico na internet inclusive em vídeos, e não acreditem em quem afirma ser de boa intenção tal assunto fazer parte do cotidiano escolar de nossos filhos, é um Cavalo de Tróia, a mais perigosa, perniciosa e satânica – segundo o próprio Papa Bento 16 – doutrina já inventada pelo homem nesse século.
    Mais detalhes aqui:
    http://www.divinews.com/cidade/pagina-principal/19004-2015-06-15-18-57-28.html e aqui
    https://www.youtube.com/watch?v=wYrEhowgFaw

  2. Carlos - Func. Público e Professor

    23 de junho de 2015 em 18:24

    Ademais, trata-se de ato INCONSTITUCIONAL a adição de tal tema nos currículos escolares.
    http://guiame.com.br/gospel/videos/ideologia-de-genero-e-inconstitucional-segundo-promotor-da-infancia-e-juventude-assista.html#.VYl3XEi5fqA

  3. Professora da educação básica

    23 de junho de 2015 em 23:43

    As pessoas que LERAM o Plano Municipal, diferente daquelas que só procuraram nele os termos “gênero e diversidade”, compreendem o que, de fato, ele representa para a melhoria da qualidade da educação no nosso município. Mesmo porque, em nenhuma meta ou estratégia a tal “ideologia de gênero” foi contemplada. Ideologia e igualdade são palavras diferentes. Diversidade é um termo muito amplo, usado em vários contextos e o único contexto no qual ele não foi usado no plano foi no contexto sexual. Li, no plano, o termo diversidade associado ao contexto étnico-racial, sócio-ambiental e cultural, mas em nenhum momento o vi associado ao contexto sexual. No entanto, o que pude perceber é que a cegueira da hipocrisia é grande o suficiente para mobilizar grupos e orientar ações incoerentes, que demonstram apenas a falta de educação e de cultura da maioria dos nossos vereadores e de boa parte dos líderes e de segmentos da nossa sociedade. Retirar os termos “diversidade e gênero” e deixar “educação para a sexualidade” é só um exemplo de que eles nem sabiam contra o quê estavam protestando. Ademais, não é a retirada desses termos que vai impedir que a sexualidade seja discutida nas escolas, pois a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), lei federal sancionada em 1996, inclui no currículo escolar a “orientação sexual” como um tema transversal, a ser trabalhado em todos os níveis e modalidades. Então, o que podemos concluir sobre toda a discussão que aconteceu na câmara? Que de “uma boa educação” alguns de nossos líderes e representantes estão mais precisados do que nossos alunos.

  4. Carlos - Func. Público e Professor

    24 de junho de 2015 em 16:30

    Professora, qual sua dificuldade em fazer uma simples distinção entre temas transversais e políticas de gêneros? Que SIM, FOI REPROVADO NO PARLAMENTO E O PT, DE FORMA SORRATEIRA E DESONESTA ATRELOU AOS PNEs MUNICIPAIS E ESTADUAIS?? Se informe, leia, como educadores não temos o direitos de sermos néscios em relação a esses temas, ao menos deveríamos saber que o termo “diversidade” em nosso Brasil foi “sequestrado” pelos ativistas LGBTs para classificarem inclusão de temas alusivos a eles nas mais diversas discussões. E não, não concordo, como pai, educador e cristão, que seja papel da Escola a educação sexual de nosso filhos, principalmente nossa atual educação marxista-gramscista-freiriana, fabricante de alienados e hedonistas, é papel DOS PAIS, DAS FAMÍLIAS, tal orientação, o lar é o lugar dessa orientação, e feita por quem ama seus filhos, pois que garantia teríamos que alguns pseudo-educadores protegerão nossos filhos de influências pervertidas que muitos deles adotam?
    Quer exemplos? Que tal esse Congresso LGBT voltado ao público infantil, em pleno senador e feito por supostos educadores?
    https://www.youtube.com/watch?v=B912Eh_Y-N8

    • Professora da educação básica

      26 de junho de 2015 em 11:52

      A dificuldade de fazer essa distinção é sua, e não minha!

  5. Carlos - Func. Público e Professor

    24 de junho de 2015 em 16:37

    O que muitos querem, nada mais é, que gradualmente derrubar as barreiras que existem em torno da pedofilia, e a Política de gênero cai como uma luva, um dos idealizadores da sexualização das crianças afirmou textualmente que “É necessário, em terceiro lugar, a total integração das mulheres e das crianças em todos os níveis da sociedade. E, se as distinções culturais entre homens e mulheres e entre adultos e crianças forem destruídas, nós não precisaremos mais da repressão sexual que mantém estas classes diferenciadas, sendo pela primeira vez possível a liberdade sexual “natural”. ” o que a senhora entende desse texto, “educadora’?
    eis os resultados da erotização infantil:

    https://robertocarlosc.wordpress.com/2013/02/18/erotizacao-infantil-cresce-assustadoramente-no-brasil/
    https://www.youtube.com/watch?v=NauhvD1JZaw

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