Ministros começam a deixar governo na próxima semana

Na próxima semana, alguns ministros já começam a deixar o governo para disputar as eleições deste ano. Um deles é Ricardo Barros, da cobiçada pasta da Saúde. Seu partido, PP, quer fazer o sucessor, mesmo neste momento sinalizando apoio à candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à Presidência da República.

O ministro disse ao blog que terá de sair antes do prazo final de desincompatibilização, dia 7 de abril, porque será indicado para presidir a Comissão de Orçamento. Para isso, precisa reassumir seu mandato na Câmara na semana que vem. Barros afirmou que ainda não há uma definição sobre o nome que irá sucedê-lo, mas confirmou que seu partido quer manter o comando do Ministério da Saúde.

Inicialmente, o Palácio do Planalto havia avisado seus aliados que, para manter o controle sobre os atuais ministérios, eles teriam de garantir apoio ao candidato do governo à Presidência. Neste momento, Rodrigo Maia não conta com este aval do Planalto. Mesmo assim, Barros disse que seu partido, como parte da base aliada do emedebista, quer seguir à frente da pasta.

Apesar da resistência do Planalto, os aliados que ensaiam embarcar em outras candidaturas, que não contam com o aval de Temer, acreditam que vão conseguir manter o controle dos atuais ministérios porque o governo precisa dos votos da base aliada para aprovar projetos no Congresso Nacional.

E, neste momento, o presidente passa por mais um momento de desgaste e não teria como ficar sem o apoio no Legislativo.

Até o início de abril, até 11 ministros podem deixar seus cargos para disputar a eleição. Já começou, inclusive, uma disputa dentro da base aliada por algumas pastas. O Ministério de Minas e Energia, por exemplo, é uma delas.

Comandado atualmente por Fernando Coelho, deputado que era do PSB e pode migrar para o MDB, o ministério é reivindicado pelos senadores emedebistas. Eles controlavam, durante o governo Dilma Rousseff, a área e, com a reforma, querem voltar a controlar a pasta.

Só que Fernando Coelho, por causa de disputas regionais, pode acabar não se filiando ao MDB e migrar para o DEM, acirrando a disputa dentro da base pela área.

Outra área cobiçada pelo MDB é o Ministério da Fazenda, hoje sob comando de Henrique Meirelles (PSD). Nos últimos dias, o ministro intensificou uma agenda de exposição pública na busca de melhorar sua posição nas pesquisas de intenção de voto e, assim, tentar viabilizar sua candidatura a presidente da República.

Se sair, Meirelles quer que seu sucessor saia de sua equipe e já levou ao presidente Michel Temer os nomes de dois de seus secretários: Eduardo Guardia (secretário-executivo) e Mansueto de Almeida (Acompanhamento Econômico).

Meirelles, porém, enfrenta dificuldades partidárias. Seu atual partido, PSD, já sinalizou que fará aliança com o candidato tucano a presidente, Geraldo Alckmin. Restaria ao ministro da Fazenda mudar de partindo, filiando-se ao MDB, mas sem garantias de que seria o candidato do partido.

Nesta hipótese, caso sinta que suas chances são remotas, Meirelles deve seguir no posto. (Blog do Magno)

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