Laudo conclui que falta de combustível causou acidente com o voo da Chapecoense

O acidente aéreo que vitimou jogadores e dirigentes da Chapecoense, além de jornalistas, em novembro de 2016, foi causado por falta de combustível. Foi o que concluiu a investigação da autoridade aeronáutica da Colômbia, revelando graves deficiências da companhia aérea LaMia. A tragédia “ocorreu pelo esgotamento de combustível do avião em consequência de uma inapropriada gestão de risco da empresa LaMia”, afirmou nesta sexta-feira (27) o coronel Miguel Camacho, chefe do grupo de investigações de acidentes da entidade.

O relatório diz ainda que, 40 minutos antes da queda, a aeronave já estava em situação de emergência e, mesmo tendo as indicações de luz vermelha e avisos sonoros na cabine, a tripulação não tomou iniciativas para reparar o erro. “Houve na cabine da aeronave uma indicação do nível de combustível baixo. Neste momento (40 minutos antes da queda), o avião já estava em uma situação de emergência. A tripulação não anunciou essa emergência ao controle de tráfego aéreo para pedir prioridade”, destacou o coronel Miguel Camacho, chefe do grupo de investigações de acidentes da autoridade aeronáutica da Colômbia.

O avião que levava a delegação da Chapecoense para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, tinha mais de dois quilos de combustível a menos do que deveria. As normas internacionais exigem que uma aeronave viaje com combustível para chegar ao aeroporto de destino, mais uma reserva suficiente para ir a um aeroporto alternativo em caso de imprevistos, e ainda ter 30 minutos de reserva no tanque.

O avião da LaMia deveria ter mais de 11.6 quilos de combustível, mas o abastecimento foi de apenas 9.300 quilos. As conclusões do relatório foram possíveis após as análises da caixa-preta da aeronave, com os dados de voz gravados durante o voo. O avião caiu no trajeto entre Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, e Medellín, na Colômbia. Segundo o relatório, o contrato feito previa uma escala entre as duas cidades, mas a LaMia decidiu pelo voo direto. Quando apresentou o plano de voo, a empresa foi informada que não haveria autorização pelo combustível apresentado não condizer com a distância a ser percorrida.

Miguel Quiroga, comandante, declarou ciência. Havia decidido fazer uma parada em Bogotá, mas mudou de ideia e foi direto para Rionegro, onde aconteceu o acidente. Sem combustível, a aeronave planou até se chocar com uma montanha da região. Segundo o relatório apresentado, a empresa atravessava um momento de dificuldade financeira, com salários dos funcionários atrasados.

“Diante dos fatores que contribuíram para esse trágico acidente, destacam-se as deficiências latentes da empresa LaMia relacionadas a violações das políticas de combustível, falta de supervisão e controle operacional”, enfatizou a autoridade da aviação em um comunicado. No acidente, 71 pessoas perderam a vida, incluindo 19 jogadores, 14 membros da comissão técnica e nove diretores do clube. Apenas seis ocupantes sobreviveram: uma comissária de bordo, um técnico de aviação, um jornalista e três jogadores. (Folha Esporte).

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