Indícios podem indicar participação de uma terceira pessoa na morte do médico

Com depoimentos esclarecedores e que se encaixam com os vestígios colhidos pela polícia científica, testemunhas da investigação do (ainda suposto) assassinato do médico cardiologista Denirson Paes Silva revelaram detalhes que fazem a polícia não descartar a possibilidade do envolvimento de uma terceira pessoa no crime. A suspeita surgiu após testemunhas detalharem a demolição de um espaço (descrito como sendo uma “casinha”) que era usado como depósito pelo médico.

O local foi destruído e parte das metralhas foi usada para fechar o poço onde restos mortais foram encontrados pela polícia na última quarta-feira (4); a outra parte, não encontrada, possivelmente foi descartada fora do condomínio Torquato Castro, onde fica a casa da família, no km 12 da Estrada de Aldeia, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. A demolição incita a suspeita sobre um terceiro envolvido. Na coletiva, perguntado sobre isso, o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, disse que a polícia “não descarta nenhuma possibilidade”.

As declarações foram fundamentais e garantiram que Jussara e Danilo Paes, esposa e filho da vítima, suspeitos do crime, fossem presos preventivamente por 30 dias enquanto a investigação está em curso. A perícia constatou, com uso do luminol, que “uma massa sólida, orgânica, foi arrastada por cerca de 1,4 metro”, o que confirma outro relato de que Denirson pode ter sido morto no quiosque da piscina e arrastado para o poço, já que Jussara teria sido insistente na limpeza do local, “que nunca era lavado”.

Segundo informações, a casa amarela, número 153, não está isolada e poderia ser facilmente acessada. Viaturas da Polícia Científicavoltaram ao condomínio nesta sexta-feira (6) para coletar mais indícios que possam ajudar na elucidação do crime. A perícia fez fotos no local e gestora da Polícia Científica, Sandra Santos, disse que novas complementações podem ser necessárias para elucidar o caso, que ela classificou como “complexo”.

Celas isoladas

O advogado de defesa de Jussara e Danilo, Alexandre Oliveira ainda não deu entrada no pedido de habeas corpus dos suspeitos. “Em função do jogo do Brasil, não pude buscar as cópias que preciso na Delegacia de Camaragibe”, disse à reportagem.

Por causa da repercussão do caso, mãe e filho se encontram em celas isoladas por questão de segurança. A farmacêutica cumpre prisão temporária na Colônia Penal Bom Pastor, na Zona Oeste do Recife, e o filho, no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel).

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