Esposa do médico Denirson Paes confessa assassinato, diz advogado

A farmacêutica Jussara Rodrigues, 55 anos, confessou ter cometido sozinha o assassinato e a ocultação de cadáver do médico cardiologista Denirson Paes, 54, com quem era casada havia mais de 30 anos. A informação foi repassada com exclusividade à Folha de Pernambuco pelo advogado da acusada, Alexandre de Oliveira, que acompanhou o depoimento dela prestado à delegada responsável pelo caso, Carmem Lúcia, na tarde dessa segunda-feira)3), na Colônia Penal Feminina, no Recife.

Para a polícia, Jussara e o filho mais velho do casal, Danilo Paes, praticaram o crime juntos, o que foi negado por ela. “Falou que fez tudo sozinha. Matou e esquartejou. É um depoimento muito forte. Uma nova pessoa também será ouvida e o depoimento dela pode ajudar Danilo”, adiantou o advogado. “Tudo o que ela fez foi por emoção, com base no descobrimento da amante”, explicou Alexandre.

O inquérito, apresentado no último dia 31 de agosto, apontou que Denirson foi esganado no quarto, depois levado para uma área próxima à cacimba onde houve uma tentativa de queimar o corpo e, em seguida, foi esquartejado. O crânio da vítima também apresentou um afundamento do lado direito, assim como um deslocamento da mandíbula, porém a investigação não soube precisar se essas fraturas foram ocasionadas antes ou depois de o corpo ter sido jogado na cacimba junto com entulhos. O inquérito concluiu que Denirson foi assassinado na madrugada do dia 31 de maio.

De acordo com a polícia, a motivação, além da separação e questões financeiras, seria porque Jussara teve acessos a fotos íntimas de um relacionamento extraconjugal que Denirson mantinha havia pelo menos cinco anos. A perícia realizada no celular mostrou que ela fez dois acessos ao aplicativo de armazenamento de dados de Denirson, às 7h08 e às 11h. Às 11h34, Denirson cancelou as passagens da viagem com a esposa para Miami, marcada para o dia 2 de junho, o que levou a polícia a acreditar que ele foi confrontado.

O resultado apresentou, ainda, uma foto que reforçou as suspeitas dos investigadores quanto à participação da farmacêutica no crime. “O olhar dela, aflito, mostrava que ela não queria que a gente estivesse ali na cacimba. Ela também ficava o tempo todo querendo levar a gente para procurar o corpo em outro lugar”, disse o perito criminal Fernando Benevides, durante a apresentação do inquérito.

De acordo com os investigadores, quando o corpo foi encontrado, Jussara limitou-se a falar que tinha perdido o provedor e Danilo, 23 anos, filho mais velho do casal e suspeito de ter ajudado no crime, pediu o diploma. “Ele ficou o tempo todo com o diploma, inclusive na delegacia, afirmando que o ajudaria demais”, lembrou a delegada Carmem Lucia.

Um áudio compartilhado pela Polícia Civil mostrou Danilo implorando para que a mãe falasse a verdade. “Está nas mãos dela. Ou ela assume o que fez, ou a desgraça vai ser completa.” No áudio, Danilo diz ainda que “Ela tem que dizer. Eu preciso da minha vida de volta”. O reagente Luminol apontou sangue por gotejamento, escorrimento e contato no quarto de Danilo. (Folha PE).

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