Em três meses, 535 celulares foram apreendidos em presídios de Pernambuco

As facilidades que os presos encontram para se manter no comando do crime de dentro dos presídios é visível. Somente no primeiro trimestre deste ano, 535 celulares foram apreendidos nas unidades prisionais do Estado, além de 184 armas brancas e 12 armas de fogo. Em 2017, foram 2.306 aparelhos, 748 armas brancas e 74 de fogo. Sem falar nas drogas, na cachaça e em outros tipos de armas. A escassez de agentes penitenciários, a falta do uso de tecnologia e a mistura de criminosos perigosos com iniciantes são apontados como geradoras dessas facilidades.

“Em 2000, Pernambuco tinha 1.075 agentes penitenciários. Hoje, são 1.489, ou seja, 20 presos por agente, quando o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) indica cinco presos por agente”, informa o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, João Carvalho. “Com isso, criou-se a figura do chaveiro. Presos têm o controle dos presídios.”

O sindicalista diz que, em geral, os produtos são arremessados por cima dos muros. “O chaveiro abre a grade para o preso ir buscar. Muitas guaritas estão desativadas, mas também faltam equipamentos de fiscalização. Só temos sete scanners e não há bloqueadores de celular”, afirma. Segundo Carvalho, muitos crimes são encomendados por facções para manter o poder dentro dos presídios, “onde circulam o dinheiro de tráfico e de prostituição”.

A Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres) informa que, em 2017, houve a demissão de um agente penitenciário por facilitação de entrada de armas. Em 2018, ainda não há processo, ou seja, a punição para esse tipo de crime é praticamente zero. (JC).

 

1 Comentário

  1. diego

    1 de junho de 2018 em 19:55

    pura corrupçao nessa entrada d armas!!nada haver por falta de agentes!

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