Cientistas políticos avaliam dificuldade do governo em superar crise política

dilma

Para o cientista político Túlio Velho Barreto, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), os gestos de aproximação que o PT tem feito em relação ao PSDB nesse momento buscam evitar a adesão dos tucanos ao movimento pela deposição da presidente Dilma Rousseff (PT). “Esse é um movimento que você sabe como começa, mas não tem garantia de como vai terminar. Hoje a crise aparenta ser uma chance de tirar o PT do poder, mas isso pode não levar à ascensão do PSDB”, explica o pesquisador.

“A crise política não pode se transformar em institucional, que é criada pela ausência de autoridade. O apelo do governo vai no sentido de evitar que a crise se transforme em algo inevitável e muito maior. Não acho que vá haver golpe militar, mas no passado ele resultou de uma crise institucional”, alerta.

Já o professor Hely Ferreira, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), acredita que o PT tem dificuldade de construir pontes com a oposição porque quando estavas fora do governo os petistas faziam o mesmo jogo do “quanto pior, melhor”.

“O que eu não acho correto é se fazer esse discurso em defesa de impeachment num momento em que ainda não há provas de nenhuma ligação direta de Dilma com os crimes que estão sendo apurados. Pedir impeachment só por pedir é como tentar puxar o tapete dela”, explica.

Hely aponta que a posição do vice Michel Temer como uma espécie de “primeiro-ministro” do governo é um dos sintomas desse enfraquecimento político de Dilma. “Se o governo estivesse bem, o PT jamais dividiria espaço com Temer. Mas, sem o PMDB, não se governa”, argumenta.

Os dois pesquisadores acreditam que a crise atual é um reflexo da falta de liderança que a presidente demonstrou na eleição do ano passado, quando não conseguiu apresentar o mesmo desempenho eleitoral que o PT havia tido. (JC).

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