Barreiras de contenção colocadas no Rio Paraopeba ainda não mostram eficácia

As membranas de contenção da lama de rejeitos oriunda do rompimento da barragem da empresa Vale, em Brumadinho, que atingiu mortalmente o leito do Rio Paraopeba, em Minas Gerais, ainda não mostraram sua eficácia conforme a expectativa dos órgãos ambientais. Os equipamentos, instalados pela mineradora Vale, que deveriam, pelo menos, reduzir a velocidade de deslocamento da pluma de rejeitos e realizar sua filtragem, ocasionaram, inclusive, mortandade de peixes ainda sobreviventes na região. A revelação foi feita na manhã desta segunda-feira (25 de fevereiro), durante reunião promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília (DF), e transmitida por videoconferência para os estados banhados pelo Rio São Francisco.

Participante da reunião representando o grupo de procuradores federais que atuam na bacia hidrográfica do rio São Francisco, o procurador da República Antonio Arthur Barros Mendes estranhou que fique a critério da empresa responsável pelo rompimento da barragem a escolha da tecnologia para contenção e filtragem da lama de rejeitos que avança no Paraopeba, sugerindo a necessidade de uma atitude mais proativa do poder público nessa questão. Reforçando as palavras do procurador, o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, voltou a cobrar das autoridades envolvidas que a Vale seja obrigada a contratar com celeridade a melhor tecnologia internacional dada a gravidade dos impactos que a lama está provocando no Paraopeba com reflexos que, em breve, poderão ser sentidos no rio São Francisco.

Também durante o encontro, a equipe técnica do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) apresentou o Plano Emergencial de Monitoramento do Rio Paraopeba. Nele, constam que estão instalados 17 pontos de monitoramento, que medem parâmetros de qualidade da água e relacionam a série de metais pesados e sua concentração.

No decorrer da videoconferência, o procurador Antonio Arthur indagou, quando da apresentação dos técnicos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), empresa que junto com a companhia Furnas é responsável pela operação da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, último obstáculo para diluição da lama de rejeitos antes do Lago de Três Marias, se as empresas em questão ou os órgãos públicos de monitoramento ambiental possuem alguma metodologia acessível para estabelecer modelagens de como plumas de rejeitos minerários se comportam, do ponto de vista de sua dinâmica e de suas substâncias componentes, em corpos hídricos como os rios Paraopeba e São Francisco e se empresas especialistas nessa área estão ou foram contatadas. A resposta foi de que não há informações disponíveis a esse respeito. (CBHSF)

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