Artigo de opinião sobre a polêmica concessão de título Doutor Honoris Causa a Lula em Petrolina

Aconteceu na sexta, (29), uma polêmica votação no CONUNI (órgão máximo da universidade) que aprovou a concessão de título de Doutor Honoris Causa para o ex-presidente Lula. Nada mais justo.

Em meio aos 7 processos por que responde (já condenado em um deles na primeira instância), a UNIVASF apenas segue o que algumas universidades Brasil afora já fizeram: prestar homenagem ao homem que mais enriqueceu o funcionalismo público no país. Mas, entre afagos e homenagens, há também quem não concorde com justificativas deveras coesas:

Entre os argumentos, está o que trata das vantagens que um pequeno punhado de empresários amigos do rei (ou melhor, do chefe!) tiveram nos 13 anos de governo petista, seja através de empréstimos “de mãe para filho”, seja através de tráfico de influência que acarretaram em bilhões e bilhões de reais de dinheiro público escoados para esses poucos privilegiados via BNDES. Com condições de mercado injustas, o que impossibilitou a ascensão de muitos pequenos empreendedores, cabe a eles apenas protestar e protestar.

Há ainda aqueles que reclamam a perda de seus empregos (em torno de 14 milhões deles) em decorrência da política megalomaníaca de busca do poder pelo poder do Partido dos Trabalhadores, cujo seu principal líder é o homenageado do dia. O protesto não é exagerado: os gastos desenfreados para manter a máquina estatal de pé (gerando um déficit de aproximadamente 500 bilhões de reais em 2016) junto ao aumento da carga tributária fizeram com que o fantasma da inflação voltasse a rondar as famílias, as empresas quebrassem e os juros crescessem violentamente no país, o que contraditoriamente só beneficiou aos rentistas e banqueiros.

Outro ponto bastante citado pelos menos favorecidos é que, além de desempregados, sempre têm de pagar muito caro pelo combustível vendido pela empresa que se dizia “nossa”, a PETROBRAS. Em meio aos escândalos de loteamento político desta petrolífera — antes uma das maiores do mundo –, possibilitados pelo comando do pretenso “doutor”, que a fizeram operar em prejuízo e perder mais da metade de seu valor de mercado, eles alegam ainda ter de arcar com a gasolina mais cara do mundo.

É verdade também que a tripartição dos poderes e a democracia andam sempre unidas, embora esta última tenha se tornado apenas um conceito abstrato sem qualquer aplicação prática no campo da realidade na nossa república. Ora, se é verdade que o ex-presidente condenado/réu chefiou uma estrutura de compra de decisões parlamentares, subjugando o Legislativo ao Executivo, ferindo tanto a tripartição dos poderes que fez o próprio Montesquieu se revirar no túmulo, então não há que se falar em democracia durante o regime lulista.

Aliás, a democracia nunca foi o forte do partido do saudoso comandante, basta ver o seu apoio aos regimes Venezuelano e Cubano, ou observar que votaram contra a Constituição Federal de 1988 e também contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (responsabilidade, para quê!?).

A onda conservadora que está aflorando no país é só um reflexo da desconexão entre o mundo do funcionalismo público (que ganha aumento de salário em plena crise econômica) e o mundo real, aquele onde as pessoas precisam produzir para colher. Logo, não é tão estranho que professores universitários e servidores públicos em geral, banqueiros e grandes empreiteiros gostem tanto do ex-presidente réu, afinal cada um sabe o que é melhor para si mesmo.

Diego Rodrigues dos Santos,

Aluno de Ciências Sociais da Univasf. 

1 Comentário

  1. HÉRCULES

    2 de outubro de 2017 em 08:32

    Pena que a maioria dos brasileiros se fingem de cegos, surdos e mudos, acreditam que Lula não tem culpa em nada. Se querem ser tratados com pão e circo, que montem o espetáculo.

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